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Tobias Gaede participa, neste mês de novembro, de duas exposições que abordam a relação entre arte, código e inteligência artificial: VerbivocoVirtual 2, pavilhão da The Wrong Biennale 2025–2026, e a mostra organizada pelo Encontro Brasileiro de Programação Criativa – Compoética 2025.


VerbivocoVirtual 2 — The Wrong Biennale 2025–2026


Reunindo 43 artistas de diversos países, o pavilhão VerbivocoVirtual 2 dá continuidade à iniciativa inaugurada na edição anterior da bienal, retomando o diálogo entre palavra, imagem, som e processos digitais. O pavilhão se insere em um contexto mais amplo: ele faz parte da The Wrong Biennale 2025‑2026, um evento global de arte digital que funciona como uma plataforma descentralizada reunindo “embaixadas” — espaços físicos e online — espalhados por vários países. VerbivocoVirtual 2 tem a curadoria de Fabio FON, Rodolfo Mata e Soraya Braz, que se propõe a discutir como o campo verbal e poético se transforma diante das tecnologias computacionais e das linguagens associadas à inteligência artificial.


Uma versão do projeto Concrete Code para a mídia do video, o trabalho selecionado utiliza estruturas de programação como espaço de composição poética. O código, escrito em JavaScript com a biblioteca p5.js, mantém sua função operacional ao mesmo tempo em que incorpora estratégias de escrita que remetem à tradição da poesia concreta.


Imagem retirada de "Concrete Code", parte da VerbivocoVirtual 2 / The Wrong Biennale 2025–2026.
Imagem retirada de "Concrete Code", parte da VerbivocoVirtual 2 / The Wrong Biennale 2025–2026.

Exposição do Encontro Brasileiro de Programação Criativa – Compoética 2025


A segunda participação acontece no âmbito do Compoética 2025, encontro anual dedicado à programação criativa, à arte generativa e às expressões visuais e sonoras produzidas por meio de código. O evento ocorre nos dias 1 e 2 de novembro, com atividades presenciais em São Paulo e transmissões online.

A exposição associada ao encontro apresenta trabalhos selecionados por chamada aberta. Entre eles está Poema Mórfico - Haikai, uma derivação do projeto Poema Mórfico de 2016, mas agora com processamento em tempo real e com nova composição espacial e com a referência à estrutura tradicional do haikai. O projeto integra a programação do Compoética 2025 ao lado de outras dezoito obras que exploram diferentes abordagens do código como meio artístico.


Imagem captada de "Poema Mórfico - Haikai", parte da programação da Compoética 2025.
Imagem captada de "Poema Mórfico - Haikai", parte da programação da Compoética 2025.

A presença das duas mostras destaca a circulação de práticas que combinam programação, poesia e experimentação digital em contextos nacionais e internacionais. Em ambos os eventos, os trabalhos expostos integram discussões sobre como as tecnologias computacionais participam da criação artística contemporânea.

Tobias Gaede foi selecionado para integrar o AI for Humanity Spotlight na edição 2025 do GOSIM Hangzhou, com duas obras incluídas na mostra: Código Concreto e Gênese de Estranhos Seres sem Vida. Das mais de 200 submissões de todo o mundo, os trabalhos foram escolhidos para compor esse showcase de projetos que exploram como a IA generativa "pode promover empatia, criatividade compartilhada e coexistência ética", como definido pela curodaria do evento.


Imagem das obras exibidas no AI for Humanity Spotlight
Imagem das obras exibidas no AI for Humanity Spotlight

O GOSIM Hangzhou ocorreu entre 13 e 14 de setembro de 2025, sendo a principal conferência de código aberto da China, com enfoque na convergência entre inovação, colaboração e avanços tecnológicos. Esta edição foi sediada em Hangzhou, capital da província chinesa de Zhejiang. O AI for Humanity Spotlight ocorreu paralelamente à conferência, proporcionando uma visão ampla das aplicações práticas em educação, saúde mental e acessibilidade até explorações artísticas em artes visuais, literatura e performance em suas conexões com as práticas da inteligência artificial.


Trecho de Código Concreto, exibida pela primeira vez em sua versão em inglês no GOSIM 2025.
Trecho de Código Concreto, exibida pela primeira vez em sua versão em inglês no GOSIM 2025.

Gênese de Estranhos Seres sem Vida foi desenvolvido para exibição no ambiente web, e gera, em tempo real, criaturas digitais por regras probabilísticas que simulam metaforicamente o processo de mitose celular, em que uma forma inicial vai se multiplicando exponencialmente até gerar um "corpo" mais complexo. Código Concreto é formado por códigos de programação que incorporam elementos poéticos em sua estrutura, inspirado pela Poesia Concreta, movimento que expande as fronteiras da literatura. Em Hangzhou, pela primeira vez é trazida sua versão em língua inglesa, possibilitando a circulação internacional da obra.

Após passar por Quixadá, a exposição Colab EU/IA passa a ser exibida em Fortaleza no dia 10 de junho de 2025, no Hub Cultural Porto Dragão. A mostra, com entrada franca, permanece em cartaz até o próximo dia 15 e propõe, numa proposição de uma reflexão sobre processos criativos mediados por inteligência artificial, código e interação em tempo real.


Fotos: Rômulo Santos


A exposição é composta por três obras interligadas que utilizam programação e sistemas de retroalimentação audiovisual para criar composições dinâmicas a partir do som ambiente e da interação do público. Uma das particularidades do projeto é a integração com modelos de linguagem baseados em inteligência artificial, que colaboram com o artista ao longo do processo de criação dos códigos que estruturam as obras. O trabalho ocupa a Praça das Artes do Hub Cultural Porto Dragão, com projeções, inputs de audio e video e sistemas interativos distribuídos pelo espaço.


Colab EU/IA é financiada pelo Edital de Apoio Audiovisual Cearense – Produções, na categoria Novas Mídias (Lei Paulo Gustavo), com apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e do Instituto Dragão do Mar.


#ParaTodosVerem | Fotografia colorida da exposição Colab EU/IA, de Tobias Gaede, no Hub Cultural Porto Dragão, em Fortaleza. No centro do espaço expositivo, vários tripés com microfones, câmeras e projetores estão posicionados de forma interligada, voltados para as paredes. Três projeções retangulares exibem imagens digitais abstratas em preto, branco e tons de vermelho, semelhantes a padrões de ruído visual. À esquerda da imagem, três painéis escuros com texto explicativo apresentam informações sobre a mostra. À direita, três pessoas observam a instalação: uma veste blusa verde e calça bordô, com uma bolsa clara no ombro; outra usa camisa preta; e a terceira veste blusa preta e calça clara. Estão em pé, de costas ou em perfil, demonstrando atenção à obra. O chão é de cimento, com marcações vermelhas, e o teto tem estrutura metálica com luminárias expostas.

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